O Bricoleur
domingo, 30 de setembro de 2012
quarta-feira, 11 de abril de 2012
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
O Mito da Caverna + Taiko + A Besta Deve Morrer + voucuspirnoseutumulo @ CCA J13
Hora: 16h00
Local: CCA J13 (Trajano Reis, 343)
Entrada: 5$ + 1kg de alimento ou alguma contribuição espontânea
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O Mito da Caverna (SP) - Doom metal - http://www.myspace.com/omitodacaverna
Taiko (SP) - Powerviolence - http://www.myspace.com/taikorock
A Besta Deve Morrer (Ctba) - Screamo - http://abestadevemorrer.bandcamp.com/
voucuspirnoseutumulo - Thrashcore - http://vimeo.com/37676501
O Mito da Caverna + Taiko + A Besta Deve Morrer + Raw Brains @ 98 Night Club (Florianópolis)
Data: 03/03/2012
Hora: 22h00
Local: 98 Night Club (José Maria da Luz, 98, Saco dos Limões, Florianópolis/SC)
Entrada: 10$
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O Mito da Caverna (SP) - Doom metal - http://www.myspace.com/omitodacaverna
Taiko (SP) - Powerviolence - http://www.myspace.com/taikorock
A Besta Deve Morrer (Ctba) - Screamo - http://abestadevemorrer.bandcamp.com
Raw Brains - Instrumental
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Lançamentos: Holodomor e Awkward Moments
HOLODOMOR - HOLODOMOR
Holodomor é o termo ucraniano que denomina os efeitos da instauração de campos de trabalho forçado no leste europeu, irmãos mais novos dos Gulags soviéticos, que levaram centenas de milhares de camponeses e operários à inanição e à morte violenta causada pelo labor.
Durantes décadas esses espaços funcionaram como ferramentas da supremacia da ditadura do trabalho imposta à classe trabalhadora ucraniana e dos países do Cáucaso.
Não diferentemente, no Brasil observou-se práticas muito semelhantes durante o período da Ditadura Militar, em que sabe-se da existência de campos de trabalho forçado, a despeito de acordos institucionais contidos no Código Penal Brasileiro. A reconstrução da memória de uma experiência de opressão direta tão próxima, em nosso caso a Ditadura, e o desvelamento da sujeição ao trabalho encontram-se andando lado à lado.
Musicalmente falando, a banda Holodomor soa como a mistura perfeita entre o post-punk dos anos 80 e a sonoridade de bandas hardcore punk como o dos japoneses do 1000 Travels of Jawaharlal. O disco contém 11 faixas e foi gravado no formato CD-R, o valor é de 3$ e pode ser adquirido através de contato pelo email felipe.aslt@gmail.com. Ouça/baixe!
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AWKWARD MOMENTS - I WILL NOT EVOLVE
A Awkward Moments é um duo industrial/synthpop, formado por Gustavo Paim (Centavo, Hehexun) e Felipe Augusto (Motim, Homunculi, Ivpiter). A iniciativa surgiu quando eu, Felipe, resolvi fazer um som na linha de bandas post-punk como Marching Church e Looks of Love. Após a gravação da música "No Hope", Gustavo voluntariou-se para fazer parte do projeto, assumindo a programação dos sintetizadores, fazendo com que a sonoridade tomasse um rumo diferente e passasse a parecer-se mais com bandas synthpop/industriais. Este disco ainda não está disponível em formato físico. Ouça/baixe!
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
TuNa + No Order + Ivpiter + Holodomor @CCA J13
Data: 08/01/2012
Hora: 14h00
Local: CCA J13 (Trajano Reis, 343)
Entrada: 7$ + 1kg de alimento
Oficina: Guitarras e pedais, colorindo arranjos a partir de timbres e efeitos
Bate-papo: Cicloturismo DIY com Ernesto Sena (RJ)
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Tuna (SP) - Punk rock da cidade de São Paulo voltando da tour europeia e lançando o LP "O MUDO MUNDO COM A NOSSA VOZ". Baixe-o em: http://tunapunkrock.com/?page_id=49
No Order (SP) - Hardcore punk de Sorocaba com ex-integrantes da banda Execradores.
Holodomor - Post-punk curitibano. www.youtube.com/watch?v=NEGVPTtr0iU
Ivpiter - Black punk/D-beat. http://ivpiter.bandcamp.com/
Entrevista com Augusto Miranda (O Mito da Caverna/Massacre em Alphaville)
O Mito da Caverna |
Augusto Miranda, professor e ex-integrante da banda Praia de Vômito e atual O Mito da Caverna/Massacre em Alphaville fala sobre os planos O Mito da Caverna em 2012, lecionar, existencialismo favelado, cair de bicicleta e ser babado por sua cadela com nome de banda de post-metal.
-Antesde mais nada, apresente-se e fale um pouco sobre a banda, suas influências,visão política, etc.
Felipe!
Bem, amigo, teescrevo daqui do repouso de umas escoriações que adquiri com uma certairresponsabilidade assumida quanto a bicicleta, e minhas três crianças (cães vira-latasresgatados de rua, a melhor coisa do mundo...!) me acompanham nisso...
Olha, sobreinfluências... Acho que todo mundo tem dificuldade de dizer isso imediatamentee exatamente, não? Seria algo muito hiper técnico já ter essa resposta a mão...
Falando da parteinstrumental, no fim das contas a coisa toda do grindcore nos causa muito maisinfluência do que a que parecemos mais aproximados, que é o doom/sludge... Entramosnessa inclusive com poucas referências EXATAS de som (descobrimos então que nãoéramos os únicos com a mesma idéia...), a intenção era ir numa onda develocidade e de ambiente oposta e alternativa a das bandas em que já tocávamosque iam e vão bem velozes.
Nicolau e Igorcompõem o crust/grind ultra filosófico do Narayama, eDouglas e eu éramos do Praia de Vômito,uma banda de Grindcore que durou por quatro anos (encerrou atividades em2010... [praiadevomito.blogspot.com] )... Por uma brincadeira dos conhecidos doAtentat Na Sluh passávamos a brincadeira à frente e dizíamos algo sobre “Slowgrind”...
A temática que tentaser ácida, riffs lamentosos, estética pessimista, a visão de um mundo que estáhorrível, mas é transitório, pode e deve ser alterado, um grito que mesmo presojá ecoa desde tempos mais antigos e que não se traduz em explicações senão emsentimentos... “grindcore morto...”
Por muita fortuna,todos nós levamos muito a cabo a essência em detrimento da aparência,entende...? (aliás, abrindo um desvio decaminhos, sempre tenho crido nesse antagonismo ‘Aparência X Essência’... oTuNa, com um verso simples, destroçou isso. [“A pele é um dentro explícito queoutra pele toca e tatua...”]...)
Sabe que, falando demim mesmo, já estávamos nessa banda – e confesso que encontramos poucas queprezem também por algo mais arrastado por aqui - quando escutei o “Paso Inferior” (é. Delesmesmo...)... Cara, aquilo me levantou no alto e me atirou ao chão, sabe...? Atéhoje, não me recordo de ter encontrado nada mais pesado, mais escuro ao mesmotempo em que é abafado, um calor cheiode mofo, sabe...? Me lembro que desde os tempos do “...praia...” procurávamosnos desviar daquela papagaiagem de estar aqui em São Paulo, um Saara comprédios, e posar de clima escandinavo, noites gélidas de solidão, cemitériosancestrais e essas coisas... Nosso clima é abafado, cinzento na aparência eenfumaçado em seu ambiente; vivenciamos solidão, mas não da ausência depessoas, sim da ausência de interação, de carinho, coisas assim... São coisasdum adestramento de longa data... E por falar nisso, uma outra influência,recentemente me vi pego numa rede de muito dum pouco que peguei do fodidoBelchior... Toda aquela decepção de quem pensou o que tinha acontecido, estavaacontecendo e deixou um legado pro que iria vir ( e hoje estamos nesseponto...)... O disco “Alucinação” é uma epifania...
Cara!Definitivamente, Belchior entendeu seu tempo...
-Qualo tema central de suas letras? E por que a escolha do título do texto de Platãocomo nome da banda?
Sobre o nome dabanda, creio que posso até pegar certa rabeira na resposta anterior... O quenos bateu quando sobrepusemos essas duas telas – realidade nossa e alegoria dePlatão – além, claro, da coisa toda do individuo que percebe algo de errado como que lhe vem sendo apresentado e de tudo o que sofre em decorrência da ousadiade questionar e agir, foi essa outra similaridade de se estar alheio aoexterno, com pouca visibilidade, pouca mobilidade, pouca paz de espírito... E,usando um mínimo de bom-senso, eu não me situaria, nem a essa banda, nem a nadaque me envolva, no momento em que o protagonista sai da caverna... Sei que oque tenho visto até agora está num momento muito anterior, são somente sombrasde grilhões mais fortes e mais pesados que eu realmente tenho... Não quero medesfazer das sombras desses grilhões, quero me desfazer dos grilhões em si...
Descobri bemrecentemente a definição do Existencialismo... Percebi como já estava nisso háum tempo... Então, como não podia deixar de ser, as letras entram nessecoador...
[“ExistencialismoFavelado...”?!...]
-Ocover de Assück é, pra mim, um dos covers mais autênticos que já ouvi em minhavida. Vocês transformaram uma música de 40 segundos em uma de 30 minutos deduração, com direito à letra sendo traduzida e com adições suas. Como surgiuessa idéia? Haverão outras versões, futuramente?
Rapaz... Muitoobrigado... Mesmo.. É mais profundo quando vem de gente do seu calibre...(risos)...
Sabe, eu já nem achamo mais “cover”... a chamo de “versão”, e estamos mesmo pondo na traduçãodela, algo não tão literal, entende...? Sobre ser em português ou inglês ,acaba sendo meio que banal priorizar um ou outro por pontos diferentes... Dias de internet! Quem quiser a traduçãode algo ou sabe ou busca e quando eu vou fazendo as vozes, a idéia sai todanaquele dialeto de animal em abate... (risos)
Vou confessarpublicamente que recentemente tive uma certa reticência quanto a trabalhar comum som do Assück, que foi quando me deparei com histórias de como os caras são“anti-pirataria”... (um lance sobre terem quebrado um montante de vinis que umfã fez sem autorização prévia, dum show deles, e mandou pra banda...)... Mepensei na pele dele...
Mas depois pensei emcada distro e cada selo que, por exemplo, fizeram telas para camiseta do Assück...Patches... Um algo similar a essa versão em que estamos trabalhando, e,inclusive, levando para a frente, não a música, mas idéia que une os pontos doesquema de consumo e a escravização do trabalhador, em toda chantagem que issocomporta e se estrutura em cima.. Nesse ponto o Assück em si tornou-se menor, enão é bem isso mesmo que deve suceder a qualquer obra...? Se tornar maior queseu criador...? (Divagando, por um acasofoi o que aconteceu com a figura de deus, né...? O Homem o criou e ele setornou extremamente maior do que a maioria quase total dos homens... Só nãodomina os que sabem que ele em si é um instrumento de dominação...).
-Recentementetivemos uma saudável discussão sobre entretenimento X alienação. Você encara asua atividade musical como forma de entretenimento?
(Nota: referente ao “curintia-campeão-de-não-sei-o-quê”e eu fiz um bannerzinho de net comentando “algo” sobre não curtir futebol...)
Sim,bem legal o momento de bate-papo... Sobretudo por que cada um desses pequenosmomentos acaba agindo muito sobre o que vai acontecer em nossas partes líricas,sabe...? Creio ser nossa forma d’o dia-a-dia influenciar no que escrevemos...
(nota#2: Precisei interromper essa entrevista e, mesmo ainda em recuperação do tombo,peguei minha bici e rumei pr’uma aula pública no vão livre do Masp, sobre aBelo Monte... Voltei, banho, dormi, acordei, retomei a entrevista...)
Sea encaro como entretenimento...? Olha, vou pôr algo aqui que espero que sejabem compreendido... Se vão ou não gostar, se vão se entreter com o que estamosproduzindo, é indiferente, entende...? Nãoque não seja importante, é, sim... Mas não serve como orientação pra se criarnada... Se servisse, então não estaríamos sendo autênticos em nada, apenasestaríamos reproduzindo um macrocosmo da indústria musical em nossomicrocosmo... Acho que nossa atividademusical tem mais a ver com catarse, reforço de certezas pessoais, quebra dospróprios paradigmas... Claro, diversão também.
-Há,nitidamente, uma grande diferença entre o Praia de Vômito e O Mito da Caverna,você sentiu alguma dificuldade com essa migração drástica de um estilo para ooutro?
Pelomenos inicialmente, não... Se nas apresentações do Praia de Vômito tocávamosuma média de 22 músicas para uma média de 20 minutos de apresentação, com OMito tocamos uma apenas por apresentação, mas por fim, temos mais ou menos 20minutos ou meia hora de evento (mais do que isso e creio torna-se exaustivopara quem assiste...)...
Mashouve um momento tenso! Demais Tenso... Eu poderia jurar que fazer as vozesnuma construção mais “solta” feito essaversão de Anticapital seria coisa simples, que me daria uma amplidão depossibilidades... Cara, que sofrimento! É muito mais complexo do que uma cançãosegmentada, completamente desgastante... Claro que isso não elimina o prazer defazê-lo, apenas instiga mais...
-Importa-seem falar um pouco sobre a sua rotina? Sobre o lugar onde vive, como se locomovepela cidade, a escola em que leciona e seu envolvimento com os alunos e, éclaro, como tudo isso influencia nas letras que escreve. (Sinta-se à vontadepra não responder a essa questão caso sinta-se exposto.)
Minha Rotina... Nãohá nada de muito especial em mina rotina, porém é justo isso que me anima nissode produzir (seja música, desenhos, aulas, pedalar, textos, praticar corridas...)
Essa região daqui –Itapecerica da Serra, periferia ao extremo sul de São Paulo – é do tipo deregião que forçosamente te atira em rotinas, principalmente pela falta dealternativas de que ela sofre – algo muito calculado, diga-se. Acaba meanimando isso de estar em meio à “gente da vida real” e ser parte delas; saberque não possuo graduações exorbitantes que facilitam nosso produto intelectuale que ainda assim estamos aqui tentando entender a merda toda com que me cercoou me cercaram... Durante esse ano de 2011 retomei o ofício de lecionar.
Sabe que eu gostotanto, tanto de minha profissão, mas eu gosto tanto que acho que ela nãodeveria existir...? Soa estranho, mas a escola foi crucificada no madeiro deser a única e suficiente responsável pela abertura do espírito crítico docidadão, numa estrutura em que, a despeito de tudo o que se apresenta de novasteorias, um “professa” e quarenta e tantos recebem... Todos os âmbitos dasociedade de algum modo deveriam estar predispostos a construir o conhecimento– e não o movimento unilateral de educar – desde a padaria em que você compraseu pão até a casa noturna em que você vai dançar e namorar...
Mais uma confissãopública! Iniciei esse ano letivo de 2011, devido a essa admiração pelo ofício,com dúvidas sérias quanto a merecer ou não estar ali... Essa coisa toda derefletir a prática docente e dicente... Ao fim do ano, foi CHOCANTE receber ashomenagens que recebi... Não quero que pareça autopromoção, não haveria lucroalgum nisso... É constatar para onde a coisa toda se conduziu, não apenas pormim, mas por eles antes de tudo... Coisa maravilhosa é ter nas apresentações desua banda ou qualquer outro projeto, os seus amigos “alunos” (termo que precisade revisão...)
Sabe que nunca mesenti tão punk quanto lecionando...?
E aqui, arrisco um comentárioperigoso... Não foi tudo isso que influenciou nas letras... ter as escrito –isso, envolvendo tudo o que se analisa, se traça no momento de as escrever – éque nos trouxe a esses resultados...
-Háalguma previsão de vermos um lançamento físico em breve? E quais os planos pra2012?
O povo lindo daEquivokke Records e da Karasu Killer vão estar com a gente (ou a gente comeles?) no lançamento de “Condenados da Terra”... Espero mesmo que não seja oúnico lançamento pro ano e no que depender de nossa inventividade, não será...No que depender de nossa adaptação até aqui a esse estilo tão arrastado... podeser o único por muito tempo, viu... Sinto, voltando a questão anterior, que adinâmica de compor canções que por si já são álbuns inteiros é bem diferenciadade compor várias canções pra constituir um álbum inteiro...
Meus planos maispessoais pra 2012 é desfazer essa troca, inversão, essa transposição queacontece em que nossos planos se concretizam mais na net do que na vida real...Tenho planejado e espero pôr em prática coisa mais relativas a desenhar, mastenho tentado visualizar algo que se exponha num modo mais físico, menosinternet, mas provavelmente vai ter alguma orientação pra cenas independentes,feito a página da Urubu no Poste. Sem ter foco em página...
(pausa pra ir lavarmeu braço... A Ísis, cachorrinha caçula, tava me mordendo, me babou todo...)
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